Aos 70, Raul Gazolla estrela “A CHORUS LINE”, 42 anos após estrear no elenco brasileiro original
- Redação
- 5 de ago.
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Há 50 anos, entrava em cartaz na Broadway o musical A CHORUS LINE, um espetáculo lendário que bateu recordes e ganhou prêmios, sendo montado em diversas partes do mundo.
Aclamado pela crítica e pelo público, venceu nove prêmios Tony e o prestigioso Pulitzer de Drama, e foi adaptado para o cinema em 1985 por Richard Attenborough. Sua estrutura inovadora, centrada na vulnerabilidade dos intérpretes, influenciou toda uma geração de criadores e permanece como uma obra atemporal e universal.
No Brasil, o título não somente ganhou uma notória montagem em 1983, produzida por Walter
Clark, como lançou ao estrelato dezenas de atores e “dividiu águas”, marcando para sempre a história do teatro musical no país.
Raul Gazolla, que completa 70 anos em 7 de agosto, viverá Zach, o exigente diretor e coreógrafo que seleciona bailarinos para linha de frente de um musical. A escolha do ator surpreende e emociona pelo fato de ter sido ele um dos escolhidos para viver dois personagens no elenco brasileiro de 1983, seu primeiro trabalho profissional.
Gazolla tinha 27 anos e havia feito apenas teatro amador, era praticante de capoeira e estudava dança, quando por sugestão de uma namorada bailarina, decidiu se aventurar despretensiosamente entre mais de 1000 candidatos para participar dos testes e compor o elenco daquela produção que seria um marco na vida de dezenas de artistas desconhecidos até então.
“Aquele espetáculo foi como um portal para a minha carreira e de muita gente. Foram dois meses ensaiando 12 horas por dia e até hoje me arrepia só de lembrar a reação da platéia de mil lugares todas as noites vibrando ao começarmos e aplaudindo de pé ao final de cada apresentação” relembra o ator.
Ao receber o convite da diretora e coreógrafa da nova montagem, Bárbara Guerra, Raul diz
ter vivido uma emoção incomum, uma sensação de como se estivesse em uma máquina do
tempo que o transportou aos dias em que passou de um ator amador desconhecido ao ser
alçado a sua carreira profissional.
O elenco composto por 30 atores lançou nomes como Claudia Raia, Totia Meirelles, Regina
Restelli, Guilherme Leme, Thales Pan Chacon, J.C Violla, Alonso Barros, Márcia Albuquerque, Eduardo Martini, Kátia Bronstein e Maria Lúcia Priolli, entre outros.
Ainda chamada Maria Cláudia Raia, o espetáculo teve como postulante à “linha do coro” uma jovem de 17 anos, muito alta e determinada, que chegou à fila das audições às 4 da manhã e pegou a ficha de número 001. Ela passou, conquistou o papel que desejava - e o resto é história no teatro musical brasileiro, que ela mesma ajudou a escrever.Produzido por Walter Clark, importante homem da televisão brasileira, o espetáculo foidirigido pelo americano Roy Smith e contou com nomes como Millôr Fernandes e Jorge Takla em sua ficha técnica.
Sucesso absoluto de público e crítica, pode-se afirmar que transformou a maneira de se fazer e assistir musicais da Broadway no Brasil. “O que mais me fascina em Chorus Line é que, mesmo sendo uma obra criada há meio século, ela não soa datada. Pelo contrário, é profundamente contemporânea. O texto continua pulsando, porque fala de gente, de histórias reais, de conflitos que se repetem. É um material que permite releituras potentes, justamente porque fala diretamente à alma de quem participa, seja no palco ou na plateia” resume Bárbara Guerra, diretora da nova versão.
A Nova versão Brasileira
A nova montagem - que estreará em 18 de Setembro no Teatro Villa-Lobos em São Paulo - terá versão assinada por Miguel Falabella, direção musical de Jorge de Godoy e cinematografia de Mess Santos. A direção geral e coreografia ficará a cargo de Bárbara Guerra.
Bárbara dedicou sua vida à dança. Bailarina desde cedo, cresceu participando de audições e hoje produz grandes musicais. À frente da Bárbaro! e Atual produções, já realizou espetáculos como Elvis - A Musical Revolution, Donna Summer Musical, Tom Jobim Musical e DREAMGIRLS - Em busca de um sonho, entre muitos outros.
“Montar A Chorus Line significa resgatar parte da história do teatro musical e uma época em que a Broadway viveu seu auge. Em julho, celebramos os 50 anos dessa obra que revolucionou o gênero e marcou não só a indústria, como a vida de quem esteve em cena e na plateia. No Brasil, com a icônica montagem de 83 não foi diferente, revelou talentos e encantou o público. Ter a oportunidade de hoje dirigir, coreografar, fazer parte da história de A Chorus Line, eu que sou bailarina, que vim do coro e tive a dança como escolha profissional, será especial” revela Bárbara.
Originalmente dirigido e coreografado por Michael Bennett o espetáculo contou com texto de James Kirkwood Jr. e Nicholas Dante, músicas de Marvin Hamlisch e letras de Edward Kleban. O musical que estreou em 25 de julho de 1975 no Shubert Theatre, em Nova York, onde permaneceu por 15 anos ininterruptos, quebrando recordes de público, desafia o tempo.Aos 50 anos, A CHORUS LINE retorna aos palcos brasileiros com uma roupagem moderna, refrescando o clássico para encantar o público contemporâneo.
“Lidar com uma obra tão icônica é desafiador, a essência do musical e o coração da obra
precisam ficar. Vamos recriar algumas coreografias e propor uma nova encenação. Quero
manter o impacto dos grandes números e da excelência artística, e somar recursos audiovisuais que servem como uma lupa para ampliar a emoção. Chamei o Mess Santos, diretor de cinema e de videoclipes, para trazer um olhar videográfico e contemporâneo. Temos ainda o olhar e o texto afiado de Miguel Falabella, que sabe como ninguém envolver o público com humor e poesia” completa, Bárbara.
Serviço:
Temporada: 18 de Setembro á 14 de Dezembro de 2025
Horário: Quintas e sextas às 20h | Sábados às 16h e 20h | Domingos às 15h30 e 19h
Local: Teatro Villa Lobos
Endereço: Av. Dra. Ruth Cardoso, 4777 – Jardim Universidade Pinheiros, São Paulo – SP
Ingressos: A partir de R$ 22,50
Funcionamento da bilheteria: Abrirá 2h antes do evento.
Telefone da bilheteria do Teatro: (11) 5468-8382
Duração: 2h com 15 minutos de intervalo
Classificação indicativa: 12 anos