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  • Redação

Com Cássia Kis “Meu quintal é maior do que o mundo” estende temporada na capital paulista


(Foto: Gal Oppido Divulgação)

A peça traz 18 poemas de Manoel de Barros (1916 - 2014), extraídos do livro “Memórias Inventadas”. Conhecedora da obra do poeta, a atriz se considera uma excelente leitora do escritor mato-grossense. Após descobrir sua poesia em 1980, estabeleceu uma relação não só com a obra do autor, mas com o próprio Manoel, com quem se correspondia e de quem se tornou amiga. E foi justamente um livro de Manoel que a atriz escolheu para marcar sua volta aos palcos depois de 10 anos (sua última peça foi O Zoológico de Vidro, de 2009). A nova montagem se passa em um quintal, representado no palco por um tapete, no qual Cássia interpreta quatro diferentes personagens: um menino com 5 anos, um jovem de 15, um homem de 40 e um idoso de 85. A peça tem direção, cenário e figurinos de Ulysses Cruz, parceiro de trabalho de Cássia há 40 anos e com quem ela divide a criação do texto e, ainda, Gilberto Rodrigues, responsável pela execução da música ao vivo e pela direção e criação musical.


Em “Meu Quintal é Maior do que o Mundo” a atriz Cássia Kis abre a cena revelando as fontes de inspiração do poeta: a criança, o passarinho e o andarilho. Em seguida, ao pisar num tapete no centro do palco e com um livro em mãos, a atriz evoca o universo poético do cerrado brasileiro, tão bem descrito pelo poeta. A participação do músico Gilberto Rodrigues é fundamental: ao vivo ele executa a trilha sonora que costura a encenação. A luz de Nicolas Caratori valoriza a narrativa da montagem. “A peça é literatura, pois pede que o espectador ouça frases bem construídas, a forma como ele dizia essas palavras, as dores que estavam ali escondidas. Manoel era como um andarilho que inventava caminhos, ” descreve Cássia.


Para realizar o antigo sonho da atriz, que acalenta o desejo de criar uma versão para o palco da obra de Manoel de Barros há quatro décadas, Ulysses Cruz decidiu rever estudos iniciais desenvolvidos por Cássia e Jayme Compri (que integrava o grupo do diretor, Boi Voador, que o próprio Ulysses indicara), para a construção de possíveis cenas. "Quando Cássia retomou o projeto da peça, história recorrente em sua vida, eu gelei. Ao perceber sua determinação e o risco de ela montar o trabalho com qualquer outra pessoa, eu – que tenho um prazer absoluto em trabalhar com ela, sua qualidade como atriz é superlativa – topei na hora". A sacada de Ulysses ao ler o livro “Memórias Inventadas” foi perceber que todos os textos continham um enredo. "De cara entendi que não dava para fazer o livro todo pela quantidade de textos e o risco da fragmentação em pequenas histórias, que geraria dificuldade de compreensão".


Assim, com base em três conceitos - onde se passa a ação, quem está na ação e o que estão fazendo - Ulysses organizou 18 textos para a montagem. O trabalho incluiu a necessidade de ligar um texto ao outro para ampliar a ideia de continuidade. A estrutura da peça permite que o público entenda quais são as fontes do poeta por meio de uma divisão em blocos. O primeiro bloco reúne textos com as descrições do cenário que Manoel de Barros faz de seu mundo: o quintal, simbolizado pelo tapete. O segundo bloco mostra quem é a pessoa que descreve tais cenários, ou seja, o menino, o homem ou o velho Manoel de Barros. Finalmente, os textos trazem os objetos de inspiração do poeta. Ulysses também se colocou no lugar do público e gostaria que ele sentisse "a alegria de ouvir textos tocantes, surpreendentes, lindos, felizes, angustiados, dramáticos, engraçados e bem-humorados”.

Serviço:

Data: 06 de Dezembro a 09 de Fevereiro

Local: Teatro D

Endereço: Rua João Cachoeira, 899 - Piso G2

Horário: Sextas e Sábados às 21h | Domingo às 18h

Horário da Bilheteria: Todos os dias, das 13h às 19h; em dias de programação, até o início do evento

Informações: (11) 3079.0451

Ingressos: R$ 90,00 (com opção de meia entrada)

Vendas: Bilheteria | Online

Duração: 70 minutos

Classificação: 12 anos

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