(Foto: João Caldas)
À primeira luz da manhã, um novo edifício representando o poder crescente do império será revelado: o glorioso Taj Mahal. Mas para estes dois guardas, amigos de longa data e designados a proteger o palácio, a manhã vem trazer uma crise existencial que abalará sua fé no Império e nos outros humanos.
Os Guardas do Taj retrata dois homens comuns que se deparam com a beleza imensurável do Taj e ao mesmo tempo são varridos pela carnificina e pela injustiça que cerca uma das maravilhas mais famosas do mundo. O ano é de 1648 e os dois guardas imperiais estão em pé e de costas para o ainda não revelado Taj Mahal. Um deles, Babur (Ricardo Tozzi) está cheio de curiosidade inextinguível; o outro, Humayun (Reynaldo Gianecchini) é pura ortodoxia obediente. Amigos desde a infância acabam se confrontando diante das regras estabelecidas e da maneira que cada um deles vê a sociedade e suas vidas.
Além de estarem proibidos de olhar para o edifício, os dois amigos também acabam sendo escalados para participarem da famosa história arbitrária que o imperador ordenou que executassem. O texto do americano Rajiv Joseph levanta questões potentes sobre o humano, o preço pago ao longo da história para realizar os caprichos dos poderosos, mesmo quando resultam em maravilhas arquitetônicas que, em última análise, serviriam para dar prazer às massas. Esta é uma das muitas lendas que cercam o Taj, mas que o autor usa de maneira brilhante para explorar, de forma inteligente e sem ser esmagadoramente dramática, uma série de ideias filosóficas. Uma delas é se há limites à busca humana pelo conhecimento, o que rege as relações de amizade e as proibições absurdas que muitas vezes nos são impostas.
Com direção de Rafael Primot e João Fonseca, os temas centrais do espetáculo sobre dois guardas imperiais proibidos de olhar para o esplendor do Taj Mahal em sua inauguração, são a curiosidade humana, o capricho dos poderosos e a amizade entre dois homens. Além disso, quando os guardas são ordenados a realizar uma tarefa impensável, as consequências os obrigam a questionar os conceitos como amizade, beleza e dever, e os muda para sempre de maneira única e poética.
Amizade, lealdade, subserviência, poder. Qual o real sentido da vida e das relações? Quando a luz se apaga, qual a única beleza que nos resta? A jornada desses dois amigos nos questiona se vale a pena pagar um preço tão alto para manter a ordem estabelecida.
Com produção de Selma Morente e Célia Forte, através da Morente Forte Produções Teatrais, Os Guardas do Taj é um espetáculo sobre a amizade, os valores e as escolhas que fazemos. Vale a pena simplesmente fazer as coisas sem questionar? Obedecer à ordem estabelecida sem pensar? Será que há um caminho melhor para seguirmos? Esses dois amigos, tão diferentes entre si, acabam descobrindo o que realmente importa na vida e vivem as consequências de suas escolhas.
Serviço:
Temporada: 13/01/2018 até 01/04/2018
Local: Teatro Raul Cortez
Endereço: Rua Dr. Plínio Barreto 285 – Bela Vista
Informações: 3254.1631
Bilheteria: terça a quinta das 15h às 20h; sexta a domingo a partir das 15h.
Estacionamento do teatro: R$ 23
Vendas: (11) 2626-5282 – www.compreingressos.com
Horários: Sexta e Sábado às 21h | Domingo 18h *Todas as apresentações terão descritivo em braille e intérprete de libras*
Valores: Sexta R$ 60 | Sábado R$ 80 | Domingo R$ 70
Duração: 75 minutos
Recomendação: 12 anos